
Lamentavelmente não tenho mais aquela carinha bonita, não tenho a boca Jolie que me atribuíram, as olheiras me incomodam e não consegui dormir.
Eu não vou te falar tudo que tem ali atrás da máscara de louca, mas vou te dizer o que me assusta mais nesse reflexo.
Não quero aceitar o que penso, não quero passar por mais essa bobagem que busquei.
É mais fácil olhar pra trás e me dizer: - Ta vendo, é por isso que tu não vai querer nem pensar nessas coisas.
É contraditório não ver a monstra horrenda e depressiva no espelho, é inaceitável que ela não esteja lá.
Dá pra entender que eu não sei viver sem ela?
Sem a desvairada que não olha para os lados e cai numas loucuras pra não pensar na abestalhada que vive atrás da máscara?
É mais fácil fazer poesia, é mais fácil negar vontades e mentir que não faço apostas.
É infinitamente mais confortável querer estar sozinha e não arriscar a dizer o que penso e o que sou agora.
Não sei mais falar bem de mim, não sei mais sonhar ou despetalar bem-me-quer.
Sei que tomo os caminhos errados e não mostro nem pra mim que não sou mais criança que consigo ver realidade.
O problema é que a realidade que sonho, não a mesma para as outras pessoas.
Então em vez de andar pra frente, entro numas de fazer umas viagens de fuga, de querer dançar e me chapar à noite inteira pra me amortecer.
Eu vi que não quero ir a nenhuma festa hoje, que queria sossego e tranqüilidade, que agito é bom, mas cansa, que me tocar pra Rave do final do mês vai ser uma merda, mas eu não vou sentir.
É melhor estar doidona do que estar na real.
Sabe o que acontece quando alguém se aproxima de mim?
Eu não sinto nada, eu não tenho vontade nem de responder o oi, entro em climas montados e tiro fotografia dizendo: Ta vendo como eu aproveito a vida?
Mas não consigo, eu sei o que está lá e um dia eu quis ser esta pessoa, achei que tudo que eu precisava me tornar era isso e não conseguia, mas hoje ela não pode mais fazer parte das minhas metas.
Lutei tanto pra ser assim, mas simplesmente não é alguém que cabe na minha realidade.
Vou seguir fingindo que a verdade é a máscara até que um dia a outra lá desista e perceba que a borboleta tem continuar lagarta pra sobreviver.
Dói ver que eu queria ser a borboleta e ela está ali trás, mas é melhor deixar ela escondida do que matá-la de vez.
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