sábado, março 17, 2007

Não ligue pra mim



Não ligue para minhas viagens.
Hoje quando estava arrumando os cantos dos meus escritos, encontrei uma pequena caixa de lembranças, dessas que a gente salva pra não perder aquele fio que te faz voltar e pensar.
Achei que não tinha sobrado nada, mas tem lá um pedaço de folha de caderno, que me destes há muitos anos, colei-o em um álbum de lembranças e ficou lá perdido.
Junto com ele havia também um outro que escrevi em rebate, hoje eu passei ele pra cá e acrescentei 13 palavras.
Analiso meu passado e presente, “abstraindo-me” de tudo.
Funciona, já não sinto dor neste exercício.
Estranho é aquele olhar obscuro que tu não entende, mas ele me faz fazer esta analise e rir sobre ela, chamando-me de idiota e criança.
Dramática, queria que minha vida fosse um livro de 1.200 páginas, provavelmente escrito por um autor triste, que falasse de amores desencontrados, corações partidos, lágrimas e dores.
Ou então por uma romancista de massas, dessas que escrevem sobre mocinhas loiras e cavaleiros fortes, que declaram seu amor embaixo de carvalhos, que a toma em seus braços, lhe arrebata com um beijo, faz arder seu corpo e a possui sobre as gramas verdes, cobertas de gotas de orvalho, tendo como testemunhas os pássaros, as rosas, as nuvens e a brisa.
Pessoa ridícula essa.
Não tinha capacidade de ver a vida dentro de uma realidade.
Possuia um sentimento de rejeição tão grande que a cegava.
A pergunta é: Era rejeitada ou se rejeitava tanto que acabava por pensar que os outros não a aceitavam?
Ainda faço esta mesma pergunta e digo a ela que reflita sobre isso.
Vou escrever mais, mas não agora, estou atrasada e não posso.
Pena que sempre me vêm a lucidez, nos momentos em que não posso prosseguir.

Dúvidas e mais dúvidas, sobre se o que eu vejo vindo daí é verdade ou mais uma de minhas viagens.
Ou se sendo verdade, eu apenas não quero ver e me dou como desculpa, o fato de que eu realmente viajo muito.

Nenhum comentário: