quinta-feira, dezembro 21, 2006

Odeio Pobre Maloqueiro



Centro de Porto Alegre, lugar para doidos.
Hoje eu resolvi me aventurar pelas ruas da cidade, fui pra parada e começou um vendaval.
Subi no ônibus a tempo de escapar dos remoinhos de terra e lixo que levantavam com o vento, mal as portas fecharam e a água caiu.
Engraçado que ao chegar no centro, a chuva havia parado, aleluia irmãos.
Mas...o povo todo estava todo molhado, correndo ainda mais que o normal, atropelando todo mundo.
Detesto pobre que no lugar de ir ao shopping, no ar condicionado e conforto, vai pro centro se estapear no meio dos camelôs a procura de dvds piratas, um controle remoto pra TV e calças bagaceiras.
O bom de andar no meio da galera é que a gente se sente gotosa mesmo não sendo, não tem um maloqueiro que deixe passar um decote ou uma boa bunda sem dizer uma gracinha.
Seis da tarde eu estava de saco cheio e esperava meu bebê e seu namorado...
Chegaram e saímos a caça de um ventilador de teto...uma merda completa, nenhuma loja tem isso. – Acabou moça, vendeu tudo.
Me tapei de nojo e disse: - Vamos pro Iguatemi, pelo amor dos Deuses do Olimpo.
Beleza, lá também não tinha, mas tomamos um shop e tocamos pro Bourbon.
Achei o maledeto ventilador, custou os olhos da cara, o guri ta lá na sala quebrando a cabeça pra montar tudo e depois colocar aqui no quarto.
Tem mais, calma...
Na volta, pegamos um táxi e o esperto esqueceu a mochila dentro.
Na mochila estava minha camiseta da Amy Lee (que eu paguei uma nota), 3 dvds de camelô e uma calça chinelona que comprei no meio da rua.
Grande coisa, 100,00 pilas no lixo.
Pra ajudar, o controle remoto não funciona.
Bateu a raiva, liguei pro ponto de táxi sem saber o prefixo, sem saber que carro ou nome do motorista...lógico que ninguém podia ajudar.
Pra minhas surpresa, 10 min depois, tocou o porteiro eletrônico, o moço do táxi veio devolver a mochila.
Nossa, foi uma festa, queria dar uma cerveja pra ele e ele não aceitou, então demos uma grana pra compensar a corrida de volta.
É ainda tem gente honesta neste mundo, fiquei muito feliz com isso.
Chego a pequenas conclusões:
Odeio ser pobre, nasci pra ter dinheiro e conforto, não tenho saco pra estas correrias e me preocupar por conta de coisas perdidas.
O mundo ainda não está perdido, ainda tem pessoas boas e honestas.
Adolescente não preta pra nada além de dar despesa e mandar no mercado.
Essa idade a gente devia pular né, assim não fazia tanta cagada, se bem que quando eu era adolescente eu não fiz muita cagada....fala sério guria.
Odeio pobre.
Odeio ser pobre.

Quero ficar rica imediatamente.

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