Descobri uma faceta da minha personalidade que eu odeio nas outras pessoas, por conseqüência, odeio em mim.
A tendência a fazer drama comigo mesma.
Acho que é um certo terrorismo que me imponho.
Logicamente que esta tendência recebe um impulso muito forte de outras partes da minha personalidade.
Sentir primeiro e pensar depois, falar primeiro e pensar depois, escrever primeiro e pensar depois, ou me mostrar completamente tonga para outras coisas.
Como cheguei a estas brilhantes conclusões?
Primeiro vou contar uma fato nada a ver, mas que me tirou da linha.
Esta noite prometia ser boa e acabou sendo de cachorro, mas de cachorro de rua, não de Pet de madame, cachorro de rua em dia de chuva, quando até as latas de lixo estão cheias de água e o coitado não consegue nem um lixinho pra comer, muito menos um canto seco pra deitar (olha o drama).
Trabalhei feito um animal, tive minha competência questionada, primeiro pelo médico que estava com preguiça de atender uma paciente hipertensa e depois por duas ridículas que, por deixarem de fazer o seu serviço, queriam colocar no meu rabo, que é maior e mais bonito que o rabo seco e velho delas.
Trouxeram a paciente sem verificar os sinais vitais, verifiquei e a TA estava muito alta, troquei de aparelho e confirmei o resultado, imediatamente chamei o médico de plantão, que chegou com cara de sono e poucos amigos...logo disparou:
- O que ela tem prescrito?
- Nada né doutor, por isso lhe chamei, ela acabou de chegar do CO assim.
-Verifique novamente.
-Verifiquei duas vezes com aparelhos diferentes, um momento que verificarei de novo.
Como ali não acontecem mágicas, continuava o mesmo resultado.
- Confirmado Dr. O resultado não se alterou nos últimos 2 min.
Ele deu uma rabanada e foi prescrever uma medicação. Acredito que ao chegar no CO, mijou em quem levou a paciente sem verificar a TA, então 3 minutos depois, as duas figuras que trouxeram a moça, entraram SR a dentro:
- Não pode, não é possível, a gente verificou sim os sinais, só esquecemos de registrar, estava tudo normal. (falando e pegando o aparelho de pressão) vamos olhar fulana.
Foi aí que eu me tapei de nojo e chutei mesmo o pau da barraca
- Isso mesmo colega, verifica mais uma vez, o Dr Chegou aqui e me fez verificar pela terceira vez pra provar que eu não estava enganada, faz favor de verificar uma quarta pois pode ser que eu seja retardada e invente umas pressões malucas só pra tirar bunda de médico de cadeira, atrapalhar meu serviço e ficar de saco cheio de tudo isso.
... Silêncio...
- É, ta alta mesmo.
- Ééééée´??? Descobriu a América!
E foi assim que minhas simpáticas colegas deram no pé, antes que eu esguichasse 1 litro de soro fisiológico nelas.
Mas isso aí é só um desabafo. Estou aqui mesmo pra falar de outra coisa que me incomodou muito e que ocupou o único tempo que tive livre nesta noite, o meu intervalo.
Aquela mão que apertou meu coração ontem (olha o drama)
Chega de drama, vamos na ferida.
No momento que a pergunta me foi feita, eu não me toquei do verdadeiro “peso” da coisa, não entendi porque tanta preparação, respiração, etc. e ainda respondi inocentemente: - Eu jamais tomariam uma decisão destas sem falar contigo. (aqui entra a Tonga)
Não era disso que estava falando, entendi horas depois.
Então o verdadeiro peso veio e eu não consegui segurar tudo de uma vez.
Ainda acho que posso estar enganada no sentido que dei a pergunta nesta ultima interpretação, posso ter sido levada pela tendência ao drama.
Mas não é isso que parece.
Fiquei remoendo este “peso”, agora diferente, e doeu, puta merda, doeu muito.
É, era pesado, muito pesado.
Ainda estou com a pulga atrás da orelha, preciso saber porque, apenas isso.
Aí fiquei pensando, mas que porra, será que as pessoas acham que eu sou tão filha da puta assim?
Tão puta assim?
Nessas horas me arrependo de não ter tido sucesso ao tentar ser puta, acho que o problema é que eu queria ser uma puta de caridade e infelizmente não fui capaz, deveria ter tido a grande idéia de ser puta trabalhadora e cobrar pelos meus serviços, quem sabe eu tinha ficado rica e já teria mandado todo mundo a merda ha muito tempo.
Então, depois de fazer desta constatação um grande drama, de me sentir a ultima das criaturas, resolvi mandar tudo se foder.
Pensou isso? Achou que eu tava dando e tomei providências por acidente de percurso? A única coisa que quero é saber porque, quero ver onde foi que eu dei motivo pra coisa chegar a este ponto e entender.
Um pouco eu entendo, mas não tudo, isso é um pouquinho demais.
Mas eu digo de novo: F O D A - S E
Não vou deixar um treco que já era, me atormentar.
Não mesmo.
Agora que eu vomitei o Alien?
Nem pensar.
Agora que eu estou em um momento delicioso?
De forma alguma.
Drama, bye bye!
Seguinte assim ó: Não vou me estressar por isso.
Depois dos 30 comecei a ter problemas com stress, cada vez que fico assim, cresce uma bola na minha garganta e eu não engulo mais (esta noite ela esteve comigo) , isso se chama angústia, meu psiquiatra me explicou isso, fora o resto todo:
Mminhas defesas vão parar lá no cú dos cachorros, eu tenho ataque de herpes, dor no pescoço, meu cabelo cai ao bolos, eu pego tudo que é virose e vou acabar no caixão assim que aparecer um bichinho mais poderoso perto de mim em um momento destes.
Ele disse: Quando sentir “a bola” comece a trabalhar o negócio na cabeça, com racionalidade e não com sentimentalismo, não fique remoendo, mande a merda antes que as defesas sumam ou realmente teus problemas serão sempre maiores pois não ficam só na cabeça, tu coloca no corpo.
Ou eu podia seguir com o Prozac básico.
Não quis isso também, preferi mandar a merda, foi assim mesmo que ele falou: Manda a merda ou tu vai morrer dessa coisa. (Na época eu estava bem no caminho).
De todas as conversas, esta parte foi a mais importante, eu não aprendi a fazer isso imediatamente, mas é um exercício contínuo que tenho procurado fazer.
E é isso.
To bem agora!
Consegui mandar !
Então ta, vou dormir porque hoje, a tarde promete, meu melhor amigo vem aqui contar as novas da sua viagem e da festa da Madonna no cabaret onde ele fez Show e eu não fui ver.
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