quinta-feira, novembro 09, 2006

Blackout

Blackout

Caí no travesseiro

Blackout

sonhos desconexos

eu falo mas não ouço nada

te escuto mas não há som

demência

Lembranças

que sonho é este?

Ficou claro,

Fecho a janela, passa das 18h

Está quase na hora

Estou esperando deitada de bruços

Nua

Coberta por lençóis

Uma pontinha de timidez

o resto é desejo

Blackout

Quem está aí?

escuto o som da mochila sendo largada no chão

senti teu cheiro

Agora eu sei

senti teu calor

Agora eu sei

Só vejo os botões de tua camisa azul

A cobertura já está jogada

Lá vai a bota

Me beija

Te abraço

Sem chance de fugir se entrega

Eu não posso esperar

Nossos corpos se colam

Tua roupa azul é uma testemunha muda

As mãos encontrando meus seios

A boca, o meu pescoço

minhas mãos, as tuas costas

minhas pernas, as tuas

Língua, boca, mão, saliva

Suspiros

Sinto teus dedos nas minhas coxas

Abro as pernas e te enlaço

encaixe perfeito

Não contenho meus impulsos

mordo teu ombro e tua língua percorre meu corpo

causa arrepios, gemidos, anseios

o gozo nos completa

me abraça

Blackout

Ainda está escuro

Tuas roupas já não estão no chão

e lá vem você

de azul

me beija

escuto a mochila sendo levada

e vai embora, como todo dia

Blackout

sonhos desconexos

eu falo mas não ouço nada

te escuto mas não há som

demência

abro os olhos

Ai...

a claridade me fere

passa das 6h

eu nua e dasalinhada

deitada de bruços

coberta por lençóis

sozinha

em Erotic Dreams

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